foto: Tudo se desvaloriza menos o conhecimento - Érica Beltrame |
A falsa realidade
da sociedade consumista está representada por requisitos da nova era tecnológica,
e que são julgados como fundamentais para ampliar, criar, se estabelecer e
existir. E isso tudo nos alimenta diariamente. Questiono-me muito sobre isso, e
o mais inteligível que consigo alcançar é que existe uma película que cobre a verdadeira
realidade da sociedade.
Se o século XIX
e o século XX foram pioneiros e tiveram o seu glamour com as novas
possibilidades tecnológicas, culturais e econômicas, sem duvida o sucessor
século XXI está mantendo o mesmo glamour.
Os grandes
avanços tecnológicos têm lançado na vida das pessoas possibilidades de
transformações, possibilidades de novos alcances, sonhos que ultrapassam os
seus limites financeiros. São essas possibilidades tecnológicas que começam a
ditar o que cada ser humano terá que fazer com a sua antiga desprezível existência
para que possa no hoje existir. Porque o que me parece é que anterior a todo
esse arsenal tecnológico boa parte da sociedade eram vistas como seres desprezíveis
e hoje por terem acesso às novas ferramentas, são vistas como alguém inserido,
como alguém com acesso, com condições de participar. Pelo menos no mercado econômico
é isso que somos condicionados a acreditar.
O que realmente
deve ser questionado é se todas essas ferramentas e novas tecnologias estão
mesmo elevando o nível intelectual e cultural da sociedade, se com isso tudo é
possível uma transformação na miséria mental das pessoas.
Quando o assunto
são as novas oportunidades de aquisição no mundo moderno, pessoas rompem de
maneira exagerada sua própria segurança para que as possibilidades do mundo
moderno, do século XXI possam integrar o seu dia a dia, se pensarmos em um
feito como esse para o crescimento intelectual e cultural da sociedade, cairemos
em ruínas de erros e falhas.
Hoje o cenário
da sociedade brasileira é bastante observado no sentido de checar como anda o
comportamento das pessoas diante da era virtual, como anda a postura das
pessoas diante das vitrines das possibilidades que as mídias virtuais
proporcionam. São diversas as possibilidades mostradas nessas vitrines, mas
será que essas pessoas que tanto escolhem que tanto observam e adquirem estão
inclusas em uma vida socioeconômica, intelectual e cultural adequada?
O comportamento das pessoas diante do
consumismo não parece sofrer grandes modificações e pais e filhos com os olhos
brilhantes ainda acreditam que precisam de todo esse conteúdo para ter uma vida
feliz e harmoniosa. A grandeza do desejo foi tanta no século passado que a
miséria cultural envolve nossa sociedade atual e o que temos hoje é uma sociedade
cega incapaz de perceber que suas manias de consumo basicamente não as favorecem
em nada.
Nossas necessidades
básicas estão sendo dilaceradas por um sistema de governo corrupto, e a
cada dia o que conseguimos fazer é somente enviar protestos via ferramentas tecnológicas
enquanto todo o resto é utilizado sem ao menos o consentimento de uma sociedade
chamada de “Nação Democrática”.
O que deveríamos
estar consumindo? O que deveríamos estar buscando para nossa real inserção? Qual a postura que deveremos ter diante de
tanta destruição pelo simples desejo de se ter?
A resposta
talvez esteja em uma simples ação, romper com o condicionamento consumista e
buscar o crescimento intelectual.
..Érica Beltrame