quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Quanto vale a miséria intelectual e cultural da nossa sociedade?

foto: Tudo se desvaloriza menos o conhecimento - Érica Beltrame

A falsa realidade da sociedade consumista está representada por requisitos da nova era tecnológica, e que são julgados como fundamentais para ampliar, criar, se estabelecer e existir. E isso tudo nos alimenta diariamente. Questiono-me muito sobre isso, e o mais inteligível que consigo alcançar é que existe uma película que cobre a verdadeira realidade da sociedade.
Se o século XIX e o século XX foram pioneiros e tiveram o seu glamour com as novas possibilidades tecnológicas, culturais e econômicas, sem duvida o sucessor século XXI está mantendo o mesmo glamour.
Os grandes avanços tecnológicos têm lançado na vida das pessoas possibilidades de transformações, possibilidades de novos alcances, sonhos que ultrapassam os seus limites financeiros. São essas possibilidades tecnológicas que começam a ditar o que cada ser humano terá que fazer com a sua antiga desprezível existência para que possa no hoje existir. Porque o que me parece é que anterior a todo esse arsenal tecnológico boa parte da sociedade eram vistas como seres desprezíveis e hoje por terem acesso às novas ferramentas, são vistas como alguém inserido, como alguém com acesso, com condições de participar. Pelo menos no mercado econômico é isso que somos condicionados a acreditar.
O que realmente deve ser questionado é se todas essas ferramentas e novas tecnologias estão mesmo elevando o nível intelectual e cultural da sociedade, se com isso tudo é possível uma transformação na miséria mental das pessoas.
Quando o assunto são as novas oportunidades de aquisição no mundo moderno, pessoas rompem de maneira exagerada sua própria segurança para que as possibilidades do mundo moderno, do século XXI possam integrar o seu dia a dia, se pensarmos em um feito como esse para o crescimento intelectual e cultural da sociedade, cairemos em ruínas de erros e falhas.
Hoje o cenário da sociedade brasileira é bastante observado no sentido de checar como anda o comportamento das pessoas diante da era virtual, como anda a postura das pessoas diante das vitrines das possibilidades que as mídias virtuais proporcionam. São diversas as possibilidades mostradas nessas vitrines, mas será que essas pessoas que tanto escolhem que tanto observam e adquirem estão inclusas em uma vida socioeconômica, intelectual e cultural adequada?
 O comportamento das pessoas diante do consumismo não parece sofrer grandes modificações e pais e filhos com os olhos brilhantes ainda acreditam que precisam de todo esse conteúdo para ter uma vida feliz e harmoniosa. A grandeza do desejo foi tanta no século passado que a miséria cultural envolve nossa sociedade atual e o que temos hoje é uma sociedade cega incapaz de perceber que suas manias de consumo basicamente não as favorecem em nada.
Nossas necessidades básicas estão sendo dilaceradas por um sistema de governo corrupto, e a cada dia o que conseguimos fazer é somente enviar protestos via ferramentas tecnológicas enquanto todo o resto é utilizado sem ao menos o consentimento de uma sociedade chamada de “Nação Democrática”.
O que deveríamos estar consumindo? O que deveríamos estar buscando para nossa real inserção?  Qual a postura que deveremos ter diante de tanta destruição pelo simples desejo de se ter?
A resposta talvez esteja em uma simples ação, romper com o condicionamento consumista e buscar o crescimento intelectual.
..Érica Beltrame

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